quarta-feira, 3 de março de 2010

Ganhar roubando ou perder honestamente?


Não tenho nada a ver com o sistema judiciário brasileiro. Não sou advogada, nem do meio. Só participei de uma audiência certa vez, em que a nossa empregada de mais de 20 anos de serviço, que me viu nascer, resolveu colocar a mim e a minha mãe na justiça alegando alguns absurdos. No direito do trabalho, até onde sei, em mais de 90% dos casos quem ganha é o reclamante, o empregado. Conosco não foi diferente e perdemos.

Ontem foi meu segundo contato com o sistema judiciário. Audiência do JEC (Juizado Especial Cível), em outras palavras, pequenas causas. Sim, pois como está no nickname de um amigo advogado: "exerça sua cidadania processando alguém". Exerci minha cidadania processando uma mal-educada que bateu no meu carro no fim do ano passado. Mal-educada estou sendo boazinha, na verdade a tia (pois já não era mais criança) fez a linha "histérica estou com a razão" e simplesmente se negava a ter uma conversa em tom civilizado. Postura essa, na minha opinião, de quem está na defensiva, e de quem, definitivamente, não tem razão.

A audiência conciliatória foi sem acordo. Ontem foi a audiência definitiva. Depois de alguns problemas com meu outro advogado que abandonou o caso na véspera da audiência (namorado x advogado = desastre na certa), consegui que uma amiga se inteirasse na última hora dos fatos e fotos, literalmente, e fosse me representar. Por sorte levamos toda a documentação, pois o meu ex-namorado-advogado não havia juntado nada na petição.... A juíza leiga foi bastante compreensiva, e logo de cara entendeu no que se baseava aquela audiência: eu alegava que a outra motorista saiu da vaga sem sinalizar colidindo no meu veículo. A outra motorista alegava que eu havia batido no carro dela que se encontrava em absoluto repouso... oi???

Para finalizar tanto a audiência como a minha perplexidade diante da cara de pau dos outros, a tiazinha além de mentir, mostrar fotos adulteradas, forjou uma testemunha que dizia ter visto tudo e estar lá o tempo todo. A pessoa não estava lá, nem nunca esteve, mas enfim, segundo minha advogada esse é o problema das testemunhas "elas podem e, normalmente, mentem"... fatos do sistema judiciário. O "veridicto" só sai em 15 dias, e antes mesmo do resultado (estou confiante), já posso dizer que a honestidade vale mais que qualquer pseudo vitória. E como diz o poeta da opressão, Mano Brown, "o promotor é só um homem e Deus é o juíz".

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