quarta-feira, 28 de julho de 2010

Beijo em Pé.

Li esse artigo já faz umas duas semanas na Zero Hora. Devo admitir que fazia um certo tempo que não lia algo tão interessante da Martha Medeiros, mas esse texto vai ao encontro de muito do que eu penso sobre o tema em questão. Um assunto simples, porém sincero.

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Uma vez, almocei com duas amigas mineiras, ambas casadas há bastante tempo, veteranas em bodas de prata, e ainda bem felizes com seus respectivos. Falávamos das dificuldades e das alegrias dos relacionamentos longos. Até que uma delas fez uma observação curiosa. Disse ela que não tinha do que reclamar, porém sentia muita falta de beijo em pé.

Como assim, beijo em pé?

Depois de um tempo de convívio, explicou ela, o casal não troca mais um beijo apaixonado na cozinha, no corredor do apartamento, no meio de uma festa. É só bitoquinha quando chega em casa ou quando sai, mas beijo mesmo, “aquele”, acontece apenas quando deitados, ao dar início às preliminares. Beijo avulso, de repente, sem promessa de sexo, ou seja, um beijaço em pé, esquece.

E rimos, claro, porque quem não se diverte perdeu a viagem.

Faz tempo que aconteceu essa conversa, mas até hoje lembro da Lucia (autora da tese) quando vejo um casal se beijando na pista de um show, no saguão de um aeroporto ou na beira da praia. Penso: olha ali o famoso beijo em pé da Lucia. Não devem ser casados. Se forem, chegaram ontem da lua de mel.

Há quem considere o beijo – não o selinho, o beijo! – uma manifestação muito íntima e imprópria para lugares públicos. Depende, depende. Não há regras rígidas sobre o assunto, tudo é uma questão de adequação. Saindo de um restaurante, abraçados, caminhando na rua em direção ao carro, você abre a porta para sua esposa (sim, sua esposa há uns bons 20 anos) e taca-lhe um beijo antes que ela se acomode no assento. Por que não?

Porque ela vai querer coisa e você está cansado. Ai, não me diga que estou lendo seus pensamentos.

O beijo entre namorados, a qualquer momento do dia ou da noite, enquanto um lava a louça e o outro seca, por exemplo, é um ato de desejo instantâneo, uma afirmação do amor sem hora marcada. No entanto, o tempo passa, o casal se acomoda e o hábito cai no ridículo: imagina ficar se beijando assim, no mais, em plena segunda-feira, com tanto pepino pra resolver. Ninguém é mais criança.

Pode ser. Mas que gracinha de criança foi o goleiro Casillas ao interromper a entrevista da namorada e tacar-lhe um beijo sem aviso, um beijo emocionado, um beijo à vista do mundo, um beijo em pé. Naquele instante, suspiraram todas as garotas do planeta, e as nem tão garotas assim. E os homens se sentiram bem representados pela virilidade do campeão. Pois então: que repitam o gesto em casa, e não venham argumentar que não somos nenhuma Sara Carbonero. Isso não é desculpa.

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Old School ? Nops. Old is Cool!!



Em vésperas de aniversariar, não poderia estar me sentindo mais feliz da vida! Fazendo uma retrospectiva pessoal do último ano, vejo que consegui afastar mais ainda qualquer fantasma do meu caminho. Entenda-se por fantasma, qualquer receio ou limite que impomos a nós mesmos, inconscientemente.

Cresci muito, a partir de um esforço consciente e constante de juntar o passado e o presente, para depois ironicamente separá-los e ir reconstruindo... Descobrimento, criatividade, altruísmo, liberdade são apenas algumas palavras, do tanto de ações, que pude trazer à minha vida. Nuances que certamente ainda não havia visto, e que muito me surpreenderam, porque são minhas e próprias, trazidas à tona. Ainda que a essência esteja sempre lá...reinventar-se é uma dádiva.

E que assim continue, com mais complementos, para o ano que começa em breve. O bom é que em toda retrospectiva que faço, a melhor fase é sempre a que estou vivendo! Não é otimismo tolo, é uma crítica racional. Por isso não tenho nostalgias. Saudades dos velhos tempos? Claro que sim! Até porque o saudosismo existe das coisas boas. Mas de doer no peito, só das pessoas que já foram e das viagens que fiz. Nada se compara ao Presente. O melhor é agora, e que esse sentimento impere por todos os meus próximos anos, que daí sim, será uma certeza: Old is Cool.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Caso do Goleiro Bruno e a Mídia

Agora há pouco, entrei em um site de notícias que se diz sério, e fiquei irreversivelmente revoltada, ao ponto de fechá-lo e considerar nunca mais acessar essa página da internet. Sei que entrei porque quis, mas se imaginasse o que constava ali, não teria acessado. Nem sequer terminei de ler a matéria.

Esse, como tantos outros meios de comunicação, faz parte da terrível imprensa sensacionalista que, em episódios lamentáveis como o ocorrido - em que qualquer pessoa racional se envergonha de sua espécie diante de tamanha brutalidade - tomam a posição de "informantes da sociedade" para divulgar até mesmo os detalhes mais sórdidos do caso.

Obviamente não conheço a Eliza Samudio, nem o goleiro e nenhum dos outros participantes da trama, mas ao ler o conteúdo do site, quase passei mal. Detalhes do que a moça falou, do que responderam à ela, do que foi feito, de como foi planejado, do que resultou,... Mercy me! Se eu, uma completa desconhecida da vítima, fiquei chocada com o que li, imagina a família dela? Como se não bastasse a dor de perder uma pessoa próxima de uma forma tão barbárie, ainda dissecam os diálogos dos envolvidos em todos os meios de comunicação. Trazem à tona os novos detalhes, minuto-a-minuto, 24 horas por dia. Já constatamos isso várias vezes no passado. No caso da menina Isabela Nardoni, para citar um passado recente, ninguém foi poupado da imprensa sensacionalista. Era só ligar a TV ou passar por uma banca e lá estava todo o material, não duvido, mais completo que o da própria polícia. Com direito à teorias, fotos, últimas novidades. Familiares e amigos? Danem-se. A única preocupação é o Ibope, é a venda, é o lucro.

Entendo o povo se interessar pelo rumo da investigação. Penso até que é um direito da sociedade - e o papel da imprensa - divulgar algumas informações. Mas isso, ao meu ver, não justifica a falta de respeito com que vinculam as notícias: sem escrúpulos, sem respeito pelos vivos e menos ainda pelos mortos. Levantam a vida da pessoa, tudo que fez e o que deixou de fazer. Julgam, sentenciam, e se esquecem que o próprio telhado é de vidro. Como acontece agora com a RBS, tendo um da sua prole, acusado de estupro, e é claro que os concorrentes da emissora estão se esbaldando com a notícia.

Espero que o caso do tal Bruno se resolva o quanto antes, até porque temos outros fatos muito mais preocupantes de interesse público. E pensando por outro ângulo, reportagens como essa além de não contribuirem com a sociedade, dão ideias para outras pessoas de cabeça fraca. E daqui a pouco, gente virar comida de bicho, pode se tornar moda.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Todo dia ela faz tudo sempre igual?

É sim, a gente cria certos hábitos quando criança e aí vai crescendo e tem que desapegar.

Por sorte, onde eu trabalho, me é permitido ter um pequeno luxo dos tempos de infância: férias! Bem como na época do colégio - um pouquinho no inverno e um poucão no verão - nada proporcional aos 3 meses off que eram super bem aproveitados, diga-se de passagem, no litoral. Aliás, é só um mêsinho, dividido em dois tempos, inicialmente 40% e depois então, o restante.

Sou da seguinte filosofia: meu ócio eu não vendo, não troco, não negocio. Preciso me desvencilhar da rotina, para quando retornar, reconhecer o seu devido valor. Driblar a rotina é uma arte e uma salvação. Mas é preciso ânimo para sair da mesmice, para mudar o caminho no trânsito, para desatar o nó dos costumes. O dia-a-dia é o maior vilão do amor, do trabalho, dos estudos. Para que negar? É mais fácil aceitar que todo mundo cai no rodo cotidiano, não sou a única, e embora tenha profundo amor pela minha vida, chega um momento em que a rotina cansa.

E é aí que entram as férias. Tão merecidas, tão esperadas, uma fuga necessária da realidade. Eu já estou na contagem regressiva para a minha próxima pausa. Em duas semanas, saio para desfrutar uma viagem relâmpago, boas horas de sono, noitadas animadas e chimarrão vendo o pôr-do-sol, tudo isso durante os cinco dias úteis, claro.

..Depois volto, resplandecente, para a minha segura e doce vida.