quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Querido Veraneio (dos Gaúchos)

Adorei o texto!! Só não concordo com o final...

VERANEIO NO RIO GRANDE DO SUL (autor desconhecido)

Estamos no verão em pleno veraneio, como chamamos aqui no Sul. Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro. Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina. Característica nossa, não gostamos de intermediários.

Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima. O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa. É marrom! Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.

Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.

Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida. O nordestão é vento com grife e estilo.... estilo vendaval. Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água. Outra coisa: nosso mar é pra macho! Água gelada, vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico..

Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: Caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia. Chega o nordestão e... lá se vai o guarda-sol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos. O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las. Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo. E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.

Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho! Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados. A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um. Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável. Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.

O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro. Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade. Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval.

Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta. É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa. Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite. E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio. Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo: - Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dear Steve Jobs,

RIP!!!!!!!!

Achei esse discurso que ele fez em Stanford, e resolvi publicar (a leitura é longa, mas vale cada segundo). Claro que nem tudo que está ali se aplica nos dias de hoje. Os tempos mudam: FATO. Mas em todos os tempos sempre houveram Gênios: FATO. Gênios que têm uma visão de mundo diferente. Não acho que alguém deva fazer como o Jobs, penso que cada um tem o seu próprio caminho, mas ele é a mais pura inspiração.


[Discurso na Universidade de Stanford]

Você tem que encontrar o que você ama

Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18 meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina.

Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: "Apareceu um garoto. Vocês o querem?" Eles disseram: "É claro."

Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de seis meses, eu não podia ver valor naquilo.

Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria ok.

Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.

Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.

Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.

Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.

De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.

E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.

Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale do Silício.

Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa.

A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple.

E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple.

Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.

Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.

Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.
Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: "Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último." Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: "Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?" E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.

Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para "preparar para morrer". Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.

Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.

Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.

Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.

O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.

Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.

Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.

E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.

Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.

Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.

Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:
"Continue com fome, continue bobo."

Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Querido Blog,

Que saudades!!!!!!!!!!

Vou me empenhar mais para aparecer por aqui..enquanto isso, quero compartilhar uma leitura que mudou minha visão sobre um assunto na semana passada. Dizem que errar é humano e perdoar é divino. Talvez por ser divino, seja justamente tão difícil. Esse texto ajuda..leva em consideração que ao perdoar uma pessoa, estamos fazendo o bem primeiro para nós mesmos. Segue aí!!! Enjoy:

Quando o passado bate à porta...

Tudo que estamos fazendo hoje, levamos em nossa história. As vezes, feridas que se abrem ou que são reabertas por nós, ou pela vida, exigem rever algumas situações que julgávamos encobertas ou páginas viradas. Por vezes parece que a nossa história é cíclica e alguns temas parecem nos perseguir.
Eles não nos perseguem, estejam certos disso, apenas fazem parte dos nossos desafios mais pessoais, desafios que precisamos, por algum motivo, superar da maneira mais responsável possível, para que possamos passar para outras etapas.
Se vc está revivendo uma situação difícil, mude seu modo de pensar sobre ela, a própria passagem do tempo nos ajuda a isso. Tente olhar e sentir esse mesmo assunto que volta à tona, com mais maturidade, releve o que não é importante e principalmente deixe o seu orgulho de lado.
O orgulho nunca resolve nenhum problema, só os acoberta, prorroga compromissos que um dia voltarão a surgir em nossas vidas !


Fonte: http://www.facebook.com/espalheoamor

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Agosto, Querido Agosto...

... Mês do desgosto? É o que todos falam. Não acho que seja para tanto, mas é inegável que ele realmente custa a passar. É frio e chuvoso quando já queremos calor e flores.

Na tentativa de aquecer esse interminável Agosto, esse final de semana vi um belíssimo filme que quero compartilhar com vocês. Em primeiro lugar basta ter em mente o óbvio: enquanto aqui é esse gelo e essa aguaceira, em outros lugares o verão está no seu auge.

Aquele Querido Mês de Agosto foi rodado no interior de Portugal em 2008. O clima é de veraneio, mas não dá raiva olhar as paisagens deslumbrantes e todo mundo com pouca roupa curtindo uma praia. Ao contrário, dá uma esperança de que o verão está logo ali.... Além de que há no filme inteligência, graça e simplicidade. Como uma adoradora do alternativo, Cult, lado B, eu recomendo! A música também tem seus créditos (quando que não?), pois de alguma maneira traduz o estado de espírito dos personagens. É uma mistura de ficção e realidade que vale a pena ser vista nesse panorama cinematográfico de megas produções. Nada contra. Mas, às vezes, é na simplicidade que encontramos o complexo.

Enquanto o verão não chega.....




segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dear Amy Winehouse

Mais uma da série: morre uma pessoa, nasce um mito. Ou uma Estrela. Ou uma Diva. Na minha opinião Amy já era tudo isso. Dona de um talento incrível, até hoje me lembro a primeira vez que ouvi “Valerie”: trânsito em um fim de tarde chuvoso. Aquela voz marcante acompanhando aquela melodia deliciosa.. A letra “ Well, sometimes I go out by myself.. ”. Enfim, o conjunto inteiro me causou um impacto imediato. Fatos musicais. Já conhecia Amy, mas na época era só Rehab, canção que para mim está longe de ser a melhor. Foi Valerie que abriu as portas para o novo mundo que eu estava prestes a entrar. Depois desse dia, a minha playlist teve uma overdose de Winehouse.

Havia uma lacuna no mercado musical que foi preenchida por essa cantora. Mas se sobrou talento, faltou foco. Faltou equilíbrio. Faltou apoio. Que ela tinha tendências depressivas, não resta dúvidas, já que a angústia é quase sólida na maioria de suas canções. Mas talvez ela quisesse assim. De qualquer modo, ficar divagando sobre os excessos da vida pessoal da Amy é perda de tempo, quando se trata de um ícone da música.

Espero que Amy Winehouse seja lembrada pelo que ela realmente foi: uma grande artista. Em épocas de Jonas Brothers, Gagas e Restarts, surgiu uma dama do Soul, do Black, do estilo próprio que ela criou. Um retrocesso musical extremamente bem vindo em pleno século 21. E quanto a esses exageros, essa personalidade tempestuosa, podem ser justamente a causa e o efeito do trabalho dela, que lhe rendeu em apenas um álbum, 5 Grammys. Morre uma mulher, e nasce a Lenda.

Em homenagem póstuma, deixo Valerie, na versão que mais me agrada. Junto com o vídeo fica também o meu agradecimento e o meu desejo. RIP Amy Winehouse.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Querido Santo Antônio,

Eis o seu dia. Parabéns! Que bela data (mesmo sendo o supersticioso dia 13), mas deve-se levar em conta que não é um dia 13 qualquer, já que no Brasil , o Dia dos Namorados é comemorado na véspera. Ironia, coincidência ou providência divina?

A resposta varia conforme o ponto de vista - ou mesmo o humor - de cada um. Ao meu ver, o dia 13 de Junho estando justo aqui é uma ocasião propícia para agradecimentos pelo dia anterior, ou pedidos para o próximo ano, se for o caso. Nada de simpatias. Deixar o santinho de cabeça para baixo, na geladeira, sem o Menino Jesus é coisa de pagão! Não funciona. Se for para apelar, então que apelem com as promessas estapafúrdias de ficar um ano sem comer doce, sem tomar cerveja ou sem buzinar. Aí é negociável.

O resultado pode variar também, conforme o volume de trabalho do Santo Antônio. Ele é o Santo casamenteiro, mas também ajuda muita gente que perde as coisas por aí, ou quem precisa de emprego e até aquelas causas impossíveis. Os devotos de Santo Antônio, ao contrário do que se pensa, não é só um bando de solteironas pedindo por marido. Devotos pedem tudo e mais um pouco, não dão descanso. Às vezes o pedido se realiza, às vezes não, mas sempre fica a certeza de que se não aconteceu, é porque foi melhor assim. Mistérios da fé. O importante mesmo é pedir uma ajudinha celestial. Como não custa nada, vale deixar registrado.

Levando em consideração que vim de uma família em que as gerações anteriores são devotas de Santo Antônio – e todas são muito bem casadas – também me reporto a ele, quando necessário. Já precisei pedir sol antes de pegar estrada, já quis saber onde estavam meus óculos D&G, já pedi muitas vezes para que tudo acabasse bem. Fiz pedidos para mim, fiz pedidos para pessoas que eu me importo. Pedi saúde, força, paz. E óbvio, aproveitando a fama do Santo, já pedi incansavelmente o sentimento que move o mundo, as pessoas e a mim mesma: o amor. E continuarei pedindo sempre, pois é disso que tudo/todos precisam. E cada vez mais e mais.

No meu caso... (voltando)... hoje o dia é de agradecimentos, né Santo Antôninho! Porque o senhor joga no meu time e me deu um Dia dos Namorados cheio de amor! Aquele amor. Justamente. Surpreendente! Só tenho a agradecer. Mas para não perder o hábito, só vou pedir que “continue assim...”. Mantendo as coisas nessa trilha maravilhosa de evolução, onde tudo acontece exatamente do jeito, e na hora, que deve acontecer. Obrigada. All you need is Love, Love is all you need. Love, Love, Love.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Querido Paulo Odone,

Favor criar vergonha na cara e fazer alguma coisa útil pelo time que o senhor se diz presidente e, inclusive, se diz torcedor.

Que futebol, há muito tempo, virou máquina de fazer dinheiro não é novidade. Para os dirigentes, para a comissão técnica e para os jogadores a maquininha não para de contabilizar cifras que, quando não milionárias, chegam muito perto disso. Alguém vai negar? Brasileiro se tiver um filho, ou mesmo filha, já não tem dúvidas: assim que a criança aprender a andar, o esquema é matricular logo na escolinha de futebol e rezar para que tenha talento. Melhor negócio não há.

Só a torcida não ganha nada, e no meu caso posso dizer que não ganho nada mesmo - há horas. Apoiamos o time? Apoiamos. Além de comparecer no estádio, pagamos a mensalidade de sócio, o ingresso para o jogo, a camiseta oficial da última temporada. Pacote completo. Retorno? Só se for em forma de flauteada dos torcedores colorados na nova campanha “ Fica Odone”. Nesse caso, na minha opinião, nem o técnico tem tanta culpa, já que trabalha sem elenco, time desfalcado. Cadê o atacante, o centroavante? Onde está o goleador? Silêncio. Se o técnico peca, peca por não se impor mais à diretoria. Mas o que acontece nos bastidores do Grêmio é um mistério. Sem qualquer reforço contratado, e alguma explicação plausível para isso, o time continua entregando os jogos para os adversários assim, de mão beijada, no melhor estilo “nem queria mesmo”. Diretoria desorganizada e amadora se reflete dentro de campo.

. . Nostalgia dos tempos (Gloriosos) do presidente Fábio Koff, já que esse sim foi um presidente a altura do time que dirigia. Politicagens a parte, vestia a camiseta e, como é de se esperar, vestia junto as medalhas dos títulos que há décadas não vemos mais. Me pergunto até quando vai durar essa palhaçada. Tudo leva a crer que existe um complô formado por parte da diretoria, uma espécie de maquiagem para enganar todos os torcedores do Grêmio, tendo o início do seu ápice nos episódios consecutivos Ronaldinho e Jonas. Diante desse contexto, alguém aí sabe dizer se existe Impeachment de presidente de clube de futebol?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Querido Netuno,

Já não posso negar a sua importância na minha vida. Desde sempre propiciando momentos maravilhosos, únicos e inesquecíveis. Sei que já pedi muito, mas também é verdade que já agradeci demais (inclusive no tcc, se o senhor bem se lembra). Chegando a Páscoa, queria formalizar o pedido por aqui, em forma de homenagem: por favor Sr. Netuno, quero um marzinho daqueles!!! Com aquelas ondinhas!! Veja bem, tudo no diminuitivo, mas também não precisa exagerar. Conto com o senhor para mais essa trip, e sendo Páscoa melhor, por tudo que ela simboliza e por ser o meu feriado preferido: mar é vida. Save the oceans.

Desde já, agradeço a atenção dispensada e........ aguardo retorno!!!!!!!!!!!! =)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Querida Rede Globo,

Ontem, mais um vez, terminou outra “temporada” do reality show Big Brother Brasil. Dessa vez foi a 11ª edição. Haja paciência! Já não estaria na hora de variar? Vale lembrar que se o mundo acabar em 2012, de fato foi sim a última exibição desse programa, mas como não costumo acreditar nesse tipo de profecia, me pergunto até quando isso vai durar.

Nada contra a poderosa Rede Globo de Televisão. TV aberta melhor que ela, no nosso país, não há. E é justamente por isso que me surpreendo com o tipo de programa que insistem em passar e repassar. Com tanta tecnologia, tanta inovação, tanta criatividade, por que insistir no BBB? Ah, essa é fácil: porque o povo gosta. Porque dá IBOPE. Enfim, porque rende $$$.

Nada contra $$$. O Faz-me-rir é bom e eu também quero. Mas é inegável que a mídia parece desconhecer o próprio poder. Poderiam instigar o povo a assistir (e gostar) de outras coisas. Arte, cultura e conhecimento faltam, e muito, para o grande mar de gente que chega em casa cansado, depois de um dia de trabalho, e senta em frente à sua telinha. É caro ir no cinema, no teatro, nos shows. Isso citando só a arte popular. Se é caro, bem que a influente Rede Globo poderia nos propiciar isso, além do futebol, é claro, que diga-se de passagem é muito caro ir no estádio também.

Naaaada contra o futebol. Absolutamente. Mas sabe que existem outros esportes? Esporte e cultura são a válvula de escape de muita gente que passa necessidade por aí. Por isso mesmo todos os tipos deveriam ser valorizados. PATROCÍNIOS SALVAM VIDAS. Vidas de jovens que poderiam estar no crack, mas que na dança, no surfe, no desenho e no futebol se descobrem. Falo isso porque há umas duas semanas estava saindo de um Zaffari e tinha uma mãe vendendo rifa. Ela não poderia estar ali, mas o motivo era justo e os funcionários do supermercado se sensibilizaram com a causa. A filha dela de 12 anos havia vencido o campeonato brasileiro de judô, na categoria dela, mas não tinha nem sombra de patrocínio para ir competir o sul americano, no Chile. E vá rifa.

Nada contra a Maria (para quem não sabe a felicíssima ganhadora do prêmio de R$ 1.500.000,00). Mas não posso não pensar em outros fins para essa dinheirama. Como cada um faz o que quer com o seu, e eu não tenho um milhão, meu carro agora está cheio de papeizinhos de rifa e ... boa sorte!!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Queridos Colorados...

... Não sejam tão rancorosos com as vitórias do seu co-irmão. Pois assim, fica mais evidente ainda o tal complexo de inferioridade que toma conta de muitos colorados por aí. Quanto recalque! Os torcedores do time que se diz campeão de tudo passam (passaram e passarão) a vida à sombra do Grêmio. Isso porque é quase latente o conhecimento de que, mesmo com todos os títulos, são apenas filhotes do Tricolor. Já que nos Pampas é sabido por todos que Imortal só tem um. Tradição não se conquista só através de títulos. Tradição é raça, coragem e amor. Futebol é cair e levantar, como é a vida para quem ousa, arrisca e sabe perder e ganhar.

Enquanto uns torcedores apaixonados comemoram toda e qualquer conquista do seu time. Outros seguem preocupados em tentar diminuir as vitórias do Grêmio, quando deveriam se preocupar com a própria equipe que não chegou nem na final do TURNO. Voltam a subestimar jogos locais porque estão "se guardando"... e para o que mesmo? ... Só o Celso Roth sabe.

Pelo visto não aprenderam com o Mazembe e será necessário outras vergonhosas lições para entenderem que Humildade é bom e não faz mal a ninguém. Fica a Dica: complexos como esse, devem ser tratados com especialistas.

E ao Grêmio, amado guerreiro, um DÁ-LHE: pelo time, pela torcida e pela vitória.