terça-feira, 8 de setembro de 2009

Procura-se Uma Nação *

Uma triste realidade assola nosso país nos dias atuais. Somos brasileiros sem um sentimento de nação. O povo não tem consciência política, e seu destino fica na mão de pequenos grupos ditos politizados, que na sua imensa maioria, não representam a vontade de inclusão das massas no processo de desenvolvimento soberano. Estes poucos que governam muitos ficam a serviço de interesses meramente particulares, esquecem da essência pública implícita em seus mandatos, e remetem ao limbo um sentimento de pátria que já existiu sim no Brasil.

Em inúmeras ocasiões testemunhei valorosos relatos de patriotas de gerações pretéritas, orgulhosos de sua participação na revolução de 30, na política do Estado Novo, no movimento queremista, no retorno do Presidente Vargas ao poder em 1950. Cidadãos que reafirmam até hoje, com firme convicção, seu posicionamento em 64 seja ele qual for. Todos estes, independente de suas posições ideológicas, carregam consigo algo em comum: são patriotas que amavam e amam o país. Confesso que no alto de meus 32 anos, sinto uma ponta de inveja destes senhores que fizeram parte de uma época em que falar em ideologia fazia parte do quotidiano.

Em tempos de celebração da independência brasileira, pergunto-me em que momento da história recente se perdeu o sentimento de amor à pátria, o mesmo que levava multidões às ruas exigindo mudanças. Vou além. Como retomar o espírito patriótico num país onde se considera normal que crianças vivam nas ruas, sejam mendigos, pivetes, prostitutas, trabalhadores, e não estudantes? Onde se considera normal que os 1% mais ricos da população recebam 20,5% da renda nacional e os 50% mais pobres recebam apenas 13,2%? Esse é o desafio de uma nova geração, que ao invés de fugir da política por motivos muito compreensíveis, deve entender que é justamente através das adversidades que nos fortalecemos.

Lançar o futuro de uma nação ao incerto, na mão de oportunistas de plantão, é uma temeridade. O balcão de negociatas que assistimos nos informativos e jornais só tende a piorar cada vez mais, se os jovens não se engajarem com afinco nas causas públicas e nos problemas do país, da mesma forma que um dia fizeram nossos ancestrais.

Por isso, pelo bem da nossa nação, não podemos ficar apenas “olhando a banda passar”, como diria o poeta Chico Buarque. Mas para isso não basta apenas votar conscientemente nas próximas eleições. A militância efetiva, em suas diversas formas de atuação política e social, é um caminho para a retomada de um sentimento patriótico de fundamental importância para a unificação do país.
* Por Christopher Goulart - publicado no Correio do Povo (08/09/09).

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Muito bom!! Clap, Clap, Clap!!

O artigo traz a tona uma pergunta que, mais cedo ou mais tarde, acabamos fazendo a nós mesmos: cadê o nosso patriotismo?

A resposta fica um pouco óbvia, e um tanto ríspida, quando pode-se muito bem dizer que ele está no estádio junto com a seleção brasileira na Copa do Mundo, ou em fevereiro no Carnaval que faz todo o país parar. Claro que futebol e carnaval são preferências nacionais e, mais do que isso, símbolos brasileiros. Mas não podemos esquecer de outros símbolos que não são motivos de orgulho para o nosso país. Um exemplo é a péssima distribuição de renda que praticamente iguala o Brasil a países como a Guatemala, Serra Leoa e Namíbia. Outro famoso exemplo é a corrupção, onde a nossa nação é lançada entre as mais corruptas do mundo no chamado Índice de Percepção de Corrupção.

É difícil assimilar por que toda essa condescendência com problemas que estão o tempo todo embaixo do nosso nariz. É complicado entender que em um país de tantos feriados, o povo raramente saiba o que está sendo celebrado, e o motivo real da alegria é não ter que trabalhar. Não preciso ir muito longe, nossos hermanos de continente, fazem a maior bagunça no 1° de maio reivindicando empregos e salários mais justos. Festas pátrias são motivos de orgulho (bandeiras na frente das casas e fogos de artifício) na maioria dos países. E no Brasil?? Verdade seja dita que todo mundo só quer saber de ir pra praia, fazer uma churrascada, beber cerveja até cair e descansar, descansar, descansar....

Acho que o que falta mesmo é um líder capaz de mobilizar o povo e mostrar que ainda há esperança. Esse é o maior problema do Brasil, ninguém acredita mais no país, todo mundo rouba mesmo, não é assim? Os nossos líderes são uns bandidos engravatados. Ok que cada povo tem o governante que merece, mas o que parece é que se não for o Fulano, o Beltrano vai lá e rouba, e se não for o Beltrano vai estar lá o Ciclano. Enfim, como parte do povo, digo que a nossa escolha é restrita e é isso que passa na nossa cabeça: seja quem for, de um jeito ou de outro, vai roubar.

Por isso faltam pessoas que venham com credibilidade, paixão e coragem para mudar a nossa nação. Pessoas destemidas e sem rabo preso, líderes de verdade que guiem o povo para a consciência social e não para a completa alienação política que transforma o país em um "caos civilizado". Pensando bem, um líder chega a ser pouco, parece que estamos precisando mesmo é de um herói que consiga salvar esse país. E aí, quem se habilita??

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