domingo, 15 de agosto de 2010

Humor sujo, Ficha limpa.

Estava vendo uma reprise ótima do programa Jô, em que ele entrevistava vários comediantes da atualidade: Bruno Mazzeo, Marcelo Adnet, Dani Calabresa, entre outros. Todos excelentes humoristas. Foi então que uma das respostas do Bruno ao Jô, trouxe à tona um assunto que obviamente já não é nenhuma novidade, mas mais uma vez me fez pensar sobre a nova lei, essa em que programas de humor são proibidos de fazer piadas nas eleições.

As coisas estão muito erradas. Vivemos em uma democracia e temos, por lei, o direito de se expressar livremente. Mas isso não me admira. É o país onde as leis se contestam. Para uma lei, praticamente é criada uma anti-lei, e é assim que a coisa (não) anda. Como no projeto Ficha Limpa em que o indiciado de hoje, amanhã já encontra subterfúgios para apelar na justiça. Isso me faz refletir que o único projeto ficha limpa realmente válido é o voto consciente.

Recapitulando então, o que me deixa admirada de verdade, é em pleno ano de 2010, ainda passarmos por tamanha coibição. Pela própria história de repressão pela qual o Brasil já passou, um veto como esse é inadmissível, é uma regressão. Falar um monte de bobagens pode, jornalismo sensacionalista ok, agora temas sérios, mesmo que tratados sob a forma de sátiras, são proíbidos! Onde está a liberdade de expressão? Não tem cabimento. Pessoas públicas, sejam políticos ou artistas, são e sempre serão focos de comentários. Essa é a arte do humor, ironizar com a realidade e com a atualidade. Como bem falou o Bruno, é a mesma coisa que em copa do mundo, não poder fazer piada sobre os jogadores.

Programas como o CQC, que mostram a "outra cara" do cenário político, foram certamente os mais prejudicados. Uma lástima para o meio televisivo, para o povo e para os próprios políticos, que com isso, perdem a oportunidade de aproveitar a situação e quem sabe, garantir uns votinhos, despretenciosamente, é claro (ha-ha).

Como li em um site há alguns dias, não nos resta opção. Agora é esperar para rir deles no próprio horário político.

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